Jeralci Barcellos e Ricardo Bragaglia apresentaram o projeto |
A comunidade tem que ficar muita atenta neste momento de “apagar
das luzes” da atual administração de Balneário Camboriú. Ao contrário do que
vinha sempre apregoando, um local central da cidade pode ter o seu já complicado
trânsito ainda mais complicado.
Tramita na Câmara de Vereadores o Projeto de Lei 0142/2016
que objetiva permitir que uma rede de supermercados instale uma grande loja na
Avenida Brasil, esquina com a rua 1061. Neste local funcionava a agência da
Caixa Econômica Federal que muitos transtornos provocaram ao longo dos anos que
ali permaneceu e todos deram graças a Deus quando ela migrou para a Avenida do
Estado.
O principal problema é a ausência de estacionamento: são
apenas 26 vagas. Um número muito reduzido se levarmos em consideração que o
anúncio da nova empresa prevê um contingente de no mínimo 100 funcionários.
Pelos anúncios que estão sendo feitos, o supermercado não é
para pequenas e rápidas compras, muito pelo contrário, a estrutura que vem
sendo montada prevê que os clientes devam passar um bom tempo no interior da
loja. Neste sentido a pergunta: onde ficarão estacionados os veículos da
clientela?
O curioso desta história é que a proposta passou feito “tsunami”
pelo Conselho da Cidade – ConcidadeBC. A aprovação para a reforma do prédio foi
em 4 de agosto. Na justificativa do prefeito enviada às pressas para a Câmara
não consta a data em que o argumento foi escrito (pelo menos é o que no projeto
divulgado no site da Câmara), levando a crer que a administração sabia de
antemão que o projeto seria aprovado.
Assim sendo, a empresa responsável pela instalação do
empreendimento está tão confiante de sua aprovação pela Câmara que já está com
a reforma em andamento. Isso nos leva a crer que o projeto da estrutura física
já teria sido aprovado pela Secretaria de Planejamento da Prefeitura, cuja
titular é a candidata derrotada nas últimas eleições Jade Martins Ribeiro (PMDB). Jade,
por favor, não nos decepcione!
Também ficará a tal secretaria responsável por arbitrar o
valor das medidas mitigatórias e/ou compensatórias. Ou seja, o transtorno para
a comunidade é tão claro e iminente que até uma indenização para o município
está prevista.
E por incrível que pareça, esse valor de indenização para os
futuros prejuízos que o empreendimento vai causar já estaria definido em R$ 90
mil, ou seja, 3% do valor de R$ 3 milhões que, informa a empresa, está gastando
na reforma. Coisa prá inglês ver e para justificar que está de
conformidade com a lei.
Analisando rapidamente diria que os tais de R$ 90 mil não
seriam suficientes para a manutenção de agentes de trânsito e guardas
municipais no local por um mês. Isso tirando esses profissionais de outras
áreas como as escolas públicas municipais carentes de segurança e controle de
trânsito. Sem contar com o serviço de limpeza urbana nas ruas próximas que terá
que ser redobrado.
A Avenida Brasil, esquina com a Rua 2061 não é, portanto, o
local ideal para a instalação de um empreendimento desse porte por não oferecer
a estrutura mínima de estacionamento. Isso não significa que sejamos contra o
empreendimento, muito pelo contrário. Poderia enumerar vários locais que teria área mais
apropriada para tal finalidade.
Agora nos resta apelar para os nossos nobres vereadores que
em outras oportunidades rejeitaram proposições aprovadas pelo ConcidadeBC,
exatamente por entender os prejuízos futuros para nossa cidade. Por isso o
ConcidadeBC é apenas e simplesmente um conselho consultivo. A deliberação para
transformação em lei é de competência dos senhores e da senhora vereadora de
Balneário Camboriú.
Neste caso, pelo menos um estudo mais profundo sobre o
impacto que tal empreendimento venha causar a comunidade como um todo e não
apenas à vizinhança se faz necessário.
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